
Em 7 meses, Goiás alcança o mesmo número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave de todo o ano de 2024
Nesta terça-feira (22/7), o estado de Goiás alcançou 7.475 notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), sendo 1.320 causadas por Influenza e 320 por Covid-19, número equivalente ao total registrado em 2024. A Secretaria de Estado da Saúde (SES) confirmou também 471 mortes decorrentes da síndrome em 2025. O crescimento acelerado dos casos tem impactado diretamente a demanda por internações em unidades hospitalares da rede estadual.
Em comparação, durante o ano anterior inteiro foram feitas 13.934 solicitações de internação por SRAG. Já entre janeiro e julho de 2025, esse número já chegou a 11.957. A ocupação hospitalar nas unidades estaduais ultrapassa 80% nos leitos de enfermaria e 90% nos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Apesar da alta demanda, a SES informa que tem conseguido absorver os atendimentos, com o apoio das redes municipal, privada e federal.
Diante desse cenário, a subsecretária de Vigilância em Saúde da SES, Flúvia Amorim, reforça a importância da vacinação. “Já atingimos em sete meses a mesma quantidade de casos registrada em todo o ano passado. A vacinação é essencial para prevenir formas graves e mortes por SRAG, especialmente por Influenza. Precisamos que os grupos mais vulneráveis, como idosos, gestantes e crianças, busquem a imunização”, destacou.
Além da vacina, outras medidas preventivas seguem recomendadas, como evitar locais com aglomeração, higienizar as mãos com frequência, utilizar máscaras em caso de sintomas respiratórios e procurar atendimento médico imediato em situações de falta de ar ou agravamento dos sintomas.
Ações emergenciais
Como resposta ao aumento contínuo dos casos, a SES instituiu, em 15 de maio, a Sala de Situação de Doenças Respiratórias, com o objetivo de monitorar em tempo real a evolução dos casos e a ocupação hospitalar. Posteriormente, em 30 de junho, o Governo de Goiás decretou situação de emergência sanitária e a sala foi convertida no Centro de Operações de Emergências em Saúde por Síndrome Respiratória Aguda Grave (COE-SRAG). O decreto permitiu a ampliação da rede assistencial com a criação de leitos exclusivos para pacientes com quadros respiratórios graves.
A vacinação contra a gripe (Influenza) está liberada para toda a população com idade a partir de seis meses. A cobertura vacinal no estado, no entanto, está abaixo do ideal: apenas 41,68% da população foi imunizada até agora, com 1.652.418 doses aplicadas, mesmo com 2.251.600 doses distribuídas aos municípios. Em 2024, a cobertura para os grupos prioritários ficou em 48,74%.
A SES alerta que a baixa adesão à campanha de vacinação aumenta o risco de agravamento da doença nos grupos mais vulneráveis, podendo comprometer a capacidade de resposta do sistema de saúde. Os dados por faixa etária indicam que a maioria dos casos ocorre entre crianças, enquanto os óbitos são mais frequentes em idosos. Dos 7.475 casos registrados, 2.831 são em crianças menores de 2 anos, 827 entre 2 e 4 anos, 710 entre 5 e 9 anos e 1.658 em pessoas com mais de 60 anos. Das 471 mortes confirmadas, 310 foram em idosos com mais de 60 anos, 41 em crianças menores de 2 anos, 45 em pessoas entre 50 e 59 anos e 30 na faixa dos 40 a 49 anos.