Marcha “Levante Mulheres Vivas” ocupa a Praça Universitária neste domingo (07/12)
Goiânia será palco, neste domingo (07/12), às 15h, de mais uma edição nacional do movimento Levante Mulheres Vivas. A concentração acontece na Praça Universitária e reúne coletivos feministas, organizações da sociedade civil e ativistas que cobram ações efetivas do poder público diante do crescimento alarmante da violência contra mulheres no país.
Após o ato inicial, as participantes seguirão em caminhada até a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), onde será realizada uma intervenção artística em memória das vítimas e como denúncia ao feminicídio.
De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registrou 1.463 feminicídios em 2024 — uma média de uma mulher assassinada a cada seis horas. Em Goiás, foram contabilizados 91 casos no último ano, colocando o estado entre os mais perigosos para mulheres. O cenário de agressões também é grave: 13 mulheres sofrem violência física por hora no país. Dados do DataSenado (2025) apontam que três em cada dez brasileiras acima de 16 anos já foram vítimas de violência por parte de homens. Três municípios goianos figuram entre os 20 com maior número de estupros no Brasil, e o estado ocupa a 6ª posição no ranking nacional de violência doméstica.
As organizações que lideram o levante defendem a ampliação de políticas de proteção, como casas-abrigo e centros de acolhimento, além do fortalecimento das leis existentes e da implementação de campanhas permanentes de educação de gênero. Especialistas ressaltam que o feminicídio não pode ser tratado como fato isolado, mas como expressão de uma violência estrutural.
O Levante Mulheres Vivas surge como resposta à falta de proteção adequada e à insuficiência das políticas públicas voltadas às mulheres. Entre as pautas está a destinação de orçamento específico, medidas de segurança urgentes e um sistema de atendimento que funcione de forma efetiva. A recente Lei 14.994, que elevou a pena máxima para feminicídio para 40 anos, é vista como um avanço, embora ainda distante da realidade enfrentada por muitas vítimas.
A mobilização deste domingo reforça que o movimento não se limita a um protesto pontual, mas representa um chamado coletivo para frear a escalada da violência e exigir justiça para todas as mulheres.