Equipes de fiscalização do Governo de Goiás fecharam, na última quarta-feira (24/06), uma mineração sem licenciamento para exploração no município de Cavalcante, próximo à Chapada dos Veadeiros. A região passa, desde o início da semana, por um pente-fino da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), com o apoio das forças policiais do Estado.
Na área da mineradora foram apreendidas 11 máquinas, avaliadas em R$ 2,6 milhões, utilizadas para extração irregular de minério. Outros três maquinários já haviam sido apreendidos em outras localidades com atividade ilegal. A mineradora foi multada em R$ 169 mil, valor que ainda passará por análise de agravantes.
A Semad também enviou um despacho para a Agência Nacional de Mineração (ANM) e comunicou que a Brasman realizava escavações fora da área licenciada e que há suspeitas de que explorava materiais não inclusos na permissão. O despacho pede que a ANM envie equipes para a região com urgência, sob risco de maiores prejuízos ambientais e das atividades econômicas legais.
A força-tarefa deslocada para Cavalcante para conter crimes ambientais já embargou atividades de garimpo ilegal no Rio São Félix, além de autuar desmatamentos em outros pontos detectados e prossegue em atividade até a apuração completa da área de mais de 2.500 hectares. Um dos locais em que os fiscais encontraram desmatamento recente pertence ao prefeito do município, Josemar Saraiva Freire, que, além de emitir uma licença irregular para a atividade, retirou vegetação nativa de uma área pública para benefício privado.
A secretária Andréa Vulcanis acompanha as ações diretamente de Cavalcante e afirma que as ações devem continuar nos próximos dias. “A determinação do governador Ronaldo Caiado é de tolerância zero com irregularidades. Temos muito em jogo na defesa do nosso cerrado”, afirma. Ela se refere às recentes ameaças de boicote a produtos brasileiros no exterior por conta do crescimento do desmatamento na Amazônia e no cerrado, além da fuga de investidores estrangeiros orquestrada desde 2019.
“O nosso objetivo é proteger o clima, a nossa rica biodiversidade, o agronegócio e a economia de Goiás. É preciso separar o joio do trigo. Os produtores que realizam suas atividades de forma legal, de forma sustentável, não podem ser prejudicados por uma minoria irresponsável. Estamos na iminência de portas se fecharem para nossos produtos por conta de casos como este”, afirma a secretária.
Andréa Vulcanis lembra que a questão extrapola o fator econômico. “É preciso ter claro que o cerrado de Goiás é o que garante o sustento do produtor e que gira nossa economia. Sem o cerrado, sem a produção de água, sem as chuvas que o cerrado nos permite, não tem produção”, conclui.