São de Goiás as duas únicas fazendas que atingiram 100% dos critérios de sustentabilidade instituídos pelo Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e pelo sistema Better Cotton Initiative (Iniciativa por um Algodão Melhor – BCI). Uma equipe do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) e do Instituto Equilíbrio Socioambiental tem percorrido os estados brasileiros para saber como está a adesão dos cotonicultores ao Programa ABR-BCI.
Para a consultora do Equilíbrio Socioambiental, Ana Lúcia Santiago, o cenário é muito positivo. “Existe o interesse na adesão de boas práticas, e esse conhecimento precisa sempre evoluir para que os trabalhadores percebam o sentido dessas práticas nas suas vidas”, explica.
O Programa ABR-BCI recebe uma assessoria individualizada que atende às demandas de treinamentos na própria fazenda. “Essa assessoria é um diferencial de Goiás”, diz o especialista em projetos do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), Jorge Toledo. Os treinamentos envolvem segurança do trabalho, uso de maquinário, aplicação de defensivos e diversos outros temas, todos voltados para o tripé da sustentabilidade: social, econômica e ambiental. Para Toledo, a presença da equipe de Sustentabilidade nas fazendas de Goiás é muito alta, mostrando comprometimento. “Há uma atitude diferenciada no Programa ABR em Goiás”, declara.
Segundo o coordenador Socioambiental dos Programas de Sustentabilidade da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), Abner Barreto, a meta é que mais fazendas atinjam a nota máxima no cumprimento dos critérios de sustentabilidade, e que todos os produtores participem aderindo ao programa.
Diretor executivo da Associação Goiana dos Produtores de Algodão, Dulcimar Pessatto Filho, o Programa ABR-BCI é importante para a sustentabilidade do algodão. “O programa veio para apoiar o produtor e manter seu negócio”, conta. Para ele, as fazendas 100% aprovadas pelo ABR-BCI têm produtores com uma visão diferenciada que encontraram apoio na equipe do ABR. “Estamos no caminho certo, mas abertos a compartilhar o que aprendemos e aprender com as experiências de nossos parceiros”, resume.
ABR-BCI
Lançado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) no final de 2012, o Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) é financiado pelo Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), e representa a síntese da união dos cotonicultores brasileiros em prol de uma melhor produção em todo país.
A adesão é voluntária e representa um avanço na consolidação da cotonicultura brasileira, assegurando a posição do país entre os cinco maiores atores do mercado mundial da pluma.
O sistema Better Cotton Initiative (Iniciativa por um Algodão Melhor – BCI) foi desenvolvido por um grupo de grandes empresas internacionais, associações de produtores e organizações da sociedade civil em 2005. Ele propõe a produção de um algodão global “melhor para quem produz, para o meio ambiente em que é cultivado e para o futuro do setor”.
A Abrapa tornou-se implementadora do sistema BCI no Brasil. O sistema BCI começou a ser implantado em fazendas de Goiás e em outros três estados brasileiros na safra 2010/11.
Em 2013, o sistema BCI foi compatibilizado com o programa ABR devido à similaridade de critérios. Segundo a Abrapa, os números finais nos seis estados participantes – totalizando 255 fazendas certificadas ABR e 209 licenciadas BCI – apontam um crescimento significativo desde a implantação do programa ABR.