Na Alemanha a justiça recusou um pedido de clemência apresentado pelos advogados do senhor Oskar Groening, de 96 anos, conhecido como o “contador de Auschwitz”, que foi condenado a quatro anos de prisão em 2015.
O pedido de clemência foi apresentado depois do Tribunal Constitucional da Alemanha declarar, em dezembro, que Oskar Groening tinha que cumprir na prisão a pena de quatro anos a que fora condenado em 2015, por cumplicidade na morte de 300 mil pessoas no campo de concentração de Auschwitz na época da II Guerra Mundial.
Ainda que o “contador de Auschwitz”, não tenha matado ninguém, foi considerado cúmplice pelo fato de ter ajudado o regime nazista. Foi, designadamente, acusado de ter recolhido o dinheiro na posse dos judeus enviados para Auschwitz, enviando a seguir para Berlim, financiando assim o esforço de guerra conduzida por Adolf Hitler. Groening tinha 21 anos quando chegou ao campo.
Agora com 96 anos, admitiu em tribunal ser moralmente culpado por estas ações.
Suboficial das SS, ele testemunhou várias execuções em massa, que ele mesmo chegou a narrar nos anos após a guerra. A partir dos anos 80 assumiu uma posição ativa na denúncia do Holocausto, afirmando que vira com os seus próprios olhos tudo o que se passava em Auschwitz, “as câmaras de gás, os crematórios, o processo de escolha [das vítimas]”.
O pedido de clemência era o último instrumento jurídico para Groening evitar cumprir a pena que lhe fora imposta.